A importância da comunicação afetiva, de longo prazo e consistente

 


É comum vermos corporações e indivíduos procurarem soluções em comunicação que, imediatamente, criem conexão, reputação, empatia com um público que muitas vezes ele não sabe qual é. Parece absurdo, mas não é.


Sou assinante do boletim do Partido Democrata e da Fundação Barack Obama. Vez ou outra chega no meu e-mail uma mensagem do ex-presidente ou da ex-primeira-dama. É uma estratégia empática e eles vão além.


Neste final de semana recebi um e-mail de Barack Obama. O título era “Parabéns, Jacob” . A primeira frase dizia: “lembra desta foto”?


É uma foto em que o ex-presidente aparece, no salão Oval, abaixando a cabeça para que um garotinho de 5 anos passe a mão no seu cabelo.


E, então, o ex-presidente conta a história:


Ele recebeu a família de um funcionário do Conselho de Segurança Nacional. O mais velho fez perguntas sobre política e orçamento de segurança. Havia estudado para estar ali. O mais novo, Jacob, espontaneamente perguntou: seu cabelo é como o meu? Ao que Obama abaixou-se e sugeriu que o garoto mesmo conferisse. Ele se certificou de que era muito parecido.


A imagem registrada por Pete Souza ficou conhecida em todo o mundo. 


Na mensagem dirigida aos assinantes, Obama diz que uma das razões para ter se tornado presidente era essa: que crianças negras, hispânicas, crianças que não se sentem pertencentes vissem mais possibilidades em seu futuro.


E mais, Jacob está terminando o ensino médio e vai para Universidade de Menphis estudar ciência política.  Obama diz que não poderia estar orgulhoso dele, o parabeniza e deseja boa sorte a turma de 2022.


Se você clicar no e-mail é direcionado para a página da Fundação que traz um vídeo do Barack Obama contando a história e, claro, conversando com Jacob por vídeo.


Tem tudo aí:


Público-alvo: afrodescendentes, hispânicos, excluídos, pessoas que defendem igualdade e inclusão. Mensagem: Ele se tornou presidente para que pessoas excluídas pudessem ter mais possibilidades para suas vidas. Propósito (ou produto): Transformação social. Empatia/humanização: falou com a juventude e com qualquer um que houve uma boa história.


Agora, nada disso funcionaria se não fosse genuíno.


Se fosse um caso isolado, uma fotografia “construída”, hoje, 13 anos depois, não seria possível o diálogo entre Obama e Jacob, cheio de atenção sem afetação.


Se a comunicação não fosse de dentro para fora, como costuma dizer Regina Trindade, CEO da Re9 Comunicação, não adiantaria fazer a imagem mais linda. Ela não se sustentaria.


Também não adianta, uma excelente equipe, que constrói boa histórias, mas que não retém talentos. Essa mensagem só foi possível porque há alguém que esteve na “vida” com Obama e Jacob neste espaço de 13 anos.


A comunicação precisa pensar o imediato, resolver os problemas de médio prazo, mas tem que ser capaz de pensar longe, no futuro.  


Vale a pena conferir! 


Foto: Da internet acessada aqui: https://people.com/politics/barack-obama-reconnects-with-boy-from-viral-hair-like-mine-photo/




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